segunda-feira, 31 de maio de 2010

Além das grades

Após uma breve tentativa de fazer meu TCC sobre o cemitério de Perus, por questões fapconianas, tive que mergulhar no universo carcerário feminino de São Paulo. Em alguns meses, um livro apresentará o perfil da mulher presidiária do estado. Mas, antes disso, pesquisas levaram a entender um pouco o que há além das grades das cadeias paulistanas.

Procurando por dados oficiais sobre essa população, descobri no site do Ministério da Justiça várias tabelas resultantes de um "censo penitenciário" de 2009. Alguns números chamaram a atenção: de 7.605 detentas, 114 possuem superior completo; 468 são estrangeiras (o país com maior número de presas é a África do Sul: 83); mais da metade delas, 4.263 foram condenadas por tráfico de entorpecentes; e não há nenhum relato de fuga de mulheres.

O projeto “Mulheres Presidiárias” ainda está nascendo, não houve ainda nenhum contato com as detentas (o grupo irá visitar as presas da Penitenciária Feminina de Sant’Ana), mas a vontade de saber quem elas realmente são, e o que foram um dia, no passado, antes da prisão, já alimenta minha curiosidade jornalística de desvendar e relatar a verdade dessas mulheres excluídas do convívio social.

Em nenhum momento o "censo penitenciário" de 2009*, fala sobre as encarceradas que são mães, casadas ou tem alguma relação familiar na prisão. Nesse mesmo ano, o canal TV Nazaré, do Amazonas, exibiu uma reportagem especial sobre o dia das mães de uma presidiária.


(Reportagem: Helga Ribeiro; Imagens: Claudinei Gomes)


*Disponível em http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJD574E9CEITEMIDC37B2AE94C6840068B1624D28407509CPTBRIE.htm

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